Theresa Breslin
Ano: 2015
Páginas: 306
Idioma: português
Editora: Galera Record
Os destinos de Zarita filho de um magistrado e Saulo filho de um pedinte se cruzam de maneira irreversível quando o magistrado injustamente condena e executa o mendigo. Saulo, jurando vingança, torna-se um trabalhador do mar, enquanto Zarita deve lidar com a nova esposa do pai que em nada gosta dela. Entre vinganças e desavenças, ambos têm seus conflitos agravados pela presença da Santa Inquisição, que ameaça jogar uma cortina de tortura e turbulência, traição e intrigas, sobre toda a Espanha.
Helloo,
folks... tudo numa nice?
Hoje
venho trazer para vocês um dos melhores livros que li durante esse ano. Um
romance histórico que prende o leitor e o transporta de volta a um tempo
conturbado da história europeia.
Quando
Zarita vai ao templo para rezar por sua mãe que está doente, se recuperando de
uma gravidez de risco, um pedinte vai ao seu encontro. Com a mente centrada
apenas na recuperação de sua mãe, e enojada com a aparência do pedinte, que lhe
roga moedas para alimentar a família e tratar da esposa doente, ela o recusa com
asco. O pedinte tenta insistir, apelando para a compaixão, e toca no braço da menina, que acaba
fazendo um rebuliço por isso. Essa atitude desencadeia uma série de eventos
trágicos envolvendo Saulo, o filho do pedinte, e Zarita, que vê a sua vida
mudar de repente.
Num
território acuado pela Inquisição, em meio a perspectiva das grandes
Navegações, Zarita e Saulo deverão encontrar seu espaço na Espanha.
Eu
queria ler esse livro muitoo tempo atrás, muito tempo mesmo, contudo algo
sempre me impediu de começar a leitura e a obra ficou de escanteio. Acho que
quase ninguém leu esse livro, quero dizer, blogueiros porque até mesmo no skoob
não tem muita resenha. Apesar de não ter lido a sinopse antes da leitura, eu
sabia que queria ler a obra - tenho dessas manias de ler sem averiguar a sinopse.
Não sei
se sabem, mas eu amo História e acho que esse contexto medieval que me levou a
gostar de fantasia épica, que trata uma realidade parecida. Mas, Prisioneira da
Inquisição não é uma fantasia, mas um romance histórico.
Na capa
do livro fala como essa autora é soberba em sua escrita. Eu não poderia deixar
de concordar plenamente com isso. Ela teve a audácia, no bom sentido, de
brincar com um fato histórico que nós conhecemos bem. A autora deu vida a Cristóvão
Colombo de uma forma intrigante e que jamais imaginei ser possível. Enquanto
fazia a leitura, eu pensei: muita coragem de brincar com um assunto como esse.
Gostei muito disso, pois pude conhecer fatos históricos sobre o início das
navegações que não fazia ideia.
A
escrita da autora é primorosa e viciante de modo que o leitor se sente preso à
narrativa. Apesar de ser um livro histórico não há termos rebuscados, e, na
verdade, por ser um jovem adulto o contexto se torna fácil de entender.
Prisioneira
da Inquisição foi uma obra que me conquistou desde o início e que me fez
refletir bastante ao notar a forma que as pessoas eram tratadas e como muitas
pessoas utilizavam o nome de Deus para cometer suas atrocidades – o que acho
totalmente errado. A Inquisição foi muito cruel, infelizmente. De todo modo eu
amei ler o livro, apesar da angústia que passei durante a leitura.
Como é
comum em obras nesse estilo, o leitor passa por muitos perrengues durante a
leitura. Em conflito com as ações das personagens e com o sofrimento que eles
passam. Eu particularmente gostei de Saulo de primeira. Ele sofreu bastante com
a morte do pai (não é spoiler, tá na sinopse do livro), e quase foi morto no processo, então o tempo que viveu no mar
sendo escravo em naus o fez sofrer, mas, sobretudo crescer muito como pessoa. A
vontade desmedida que ele tinha de matar toda a ascendência da família de
Zarita se justifica até certo ponto, mas a insanidade que o cobriu nesse
aspecto me deixou assustada e contraditoriamente satisfeita. Por que percebi
que o romance não atrapalhou suas vontades. Vemos muitos livros por aí que as
personagens acabam mudando sua atitude porque se apaixonam, tornando a situação
menos crível possível.
Levei
algum tempo para gostar de Zarita. Como ela era a filha de um homem rico estava
acostumada a uma realidade que certamente irritaria alguns leitores. Ela vivia
em seu próprio mundo de riquezas, sem olhar pelos pobres como deveria e numa
vida centrada em si mesma. E essa atitude dela é, na verdade, o que causa toda
a confusão. Mas o seu crescimento como personagem é notável e o leitor aos
poucos cria empatia por ela.
Apenas
acho que algumas questões poderiam ser melhor esclarecidas. Como a língua e a
cultura que pertenciam aos pais de Saulo, uma vez que eles são estrangeiros. Mas
entendo que os pais não falariam sobre suas raízes, sobretudo porque temiam a
fogueira da Inquisição e que seu filho sofresse por causa disso. Também queria saber a língua
estranha que eles falavam. Esse é o único ponto que acho que poderia ser
explorado de melhor forma. Mas sei que pode não incomodar a quase ninguém, só
falo disso porque sou extremamente curiosa. De todo é um livro muito bom e
interessante.
Prisioneira
da Inquisição foi uma obra que me arrancou muitas sensações e que recomendo
fortemente. Uma das melhores leituras que fiz esse ano – fiquei muito feliz com
isso por que a maioria dos livros que li nesse ano não foram satisfatórios para
mim. Eu gostaria apenas que mais pessoas lessem essa obra e apreciassem como
apreciei. Altamente recomendado para os amantes de História e aqueles que
querem se aventurar no mundo espanhol da idade média.
NOTA: 4,5/5
Bem, folks... Por hoje é só.
XO XO
Menina! Que livro interessante, eu gosto demais de romance histórico e este já está na minha lista de leitura para 2018.
ResponderExcluirhttps://leituracomigo.blogspot.com.br/
Oi, Alana!
ResponderExcluirMenina, eu não conhecia a história mas amei essa capa. Já o lance de romance histórico não sei se combina muito comigo...
Beijos
Balaio de Babados
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Oii Alana
ResponderExcluirMeu Deus, como é que eu não sabia desse livro!!!! Amei a história e o tema que trata. Quando vi que era da Galera Record, na hora já pénsei que fosse mais pra fantasia, mas achei interessantissimo saber que é mais um romance histórico. Amo esses debates que o livro traz e como nos mostra como o conhecimento e até a fé podem ser utilizados de maneira ruim por quem está mal intencionado ou mal influenciado. Enfim, adorei a dica e já vai pra listinha.
Beijos
De repente, no último livro
Livro com uma linguagem fácil de ser compreendida onde a autora narra em primeira pessoa. Um romance histórico bem contextualizado, no entanto, com um final previsível. Recomendo!
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