Helloo, folks... that’s me again com um post de clássicos. Dessa
vez eu venho falar do
Charles Baudelaire. Como já devem estar sabendo, tive
aula nas férias e esse autor foi uma das recomendações do professor de Fundamentos da Literatura Portuguesa. Estávamos falando
sobre o simbolismo em Portugal com Camilo Pessanha e sua única obra publicada
Clepsidra e ele mencionou outros autores também.
Algumas características do simbolismo vigente na época dentre os
autores do globo como um todo – em Portugal bem como na França- são essas:
Tratamento musical do verso
Realistas/ parnasianos (preocupavam-se com o objeto)
Românticos (eu)
Já os Simbolistas: com o eu + objeto
E esse é bastante visível nos poemas que li, você consegue identificar essas características. O Simbolismo era uma espécie
de matriz para a modernidade portuguesa – e Pessanha trabalhou bem isso em seus
textos.
Mas o ponto importante que eu quero tratar aqui para um bom
entendimento da obra do Baudelaire é o tratamento do verso. Eu li o livro Pequenos
Poemas em Prosa e me impressionei com a forma que modulava as palavras para sua escrita. E uma particularidade do autor é que ele escreve poemas em prosa
como bem diz o título do livro. Como eu queria conhecer esse estilo narrativo e
que muitas vezes pode ser confundido com crônicas – quando comecei a ler
realmente acreditei que fossem um estilo muito próximo a crônicas e até mesmo
prosaico e até conversei com meu professor dizendo que se já não soubesse que eram poemas em prosa, acharia que era prosaicos mesmo. De qualquer forma tentar definir o texto é algo bastante complexo - e o meu professor mesmo afirmou.
De igual forma, entendendo ou não a característica do Baudelaire
você pode apreciar seus escritos – quem não gosto de poema então, porque o
texto não é organizado de forma métrica como todos estão acostumados a ver nos livros de poesia e tals. Ele tem
um estilo próprio de contar as instabilidades do eu e do seu tempo.
Eu gostei mais de uns poemas em prosa do que outros, o meu preferido é
Embriagai-vos e A Corda – esse último é bastante chocante. Achei interessante e genial o autor conseguir escrever poemas em prosa e não perder a essência de um texto com o estilo poético.
"Pequenos
Poemas em Prosa" (póstumo, 1869) introduz elementos novos na linguagem
poética, fundindo opostos existenciais como o sublime e o grotesco.
Esplim de Paris:
pequenos poemas em prosa
e
outros escritos
ISBN-13: 9788572328005
ISBN-10: 8572328009
Ano: 2010 / Páginas: 168
Idioma: português
Editora: Martin Claret
Lido em:
Novembro de 2016
É a obra póstuma de Charles
Baudelaire e, sem exagero algum, o seu canto do cisne. Neste livro o gênio do
poeta francês se revela completo, formando de elementos aparentemente
incompatíveis - poesia e prosa, horror e beleza, piedade e blasfêmia - um cativante
mosaico verbal. Com uma rapidez vertiginosa, sua alma triste e sublime passa do
esdrúxulo, luxuoso e luxurioso parque das sombras do Inferno, em que a localiza
Cruz e Sousa, para a Terra Prometida onde a felicidade se une ao silêncio, e
essa viagem espiritual produz uma mágica impressão de catarse, de instantâneo
acesso aos mais profundos mistérios existenciais. Baudelaire mostra ao leitor,
sejam quais forem a época e o contexto sociocultural deste, tudo o que a vida
humana tem de bom e de ruim, de falso e de verdadeiro, levando-o, numa espécie
de demonstração por absurdo, a redescobrir os valores eternos e, não obstante,
incomuns tanto na França do século XIX como no Brasil de hoje: amor, altruísmo,
abnegação... Repletos de imagens fortes e pitorescas, os O esplim de Paris:
pequenos poemas em prosa proporcionam uma leitura ora agradável, ora chocante,
mas sempre arrebatadora: quem os ler uma vez, jamais esquecerá!
Enfim, eu altamente recomendo que vocês conheçam essa obra, não somente pela maneira magistral que o autor escreve, mas também porque traz textos chocantes, intensos e que te fará ou refletir ou simplesmente se impressionar.
- "A música perfura o céu"
- "O amor é um crime que não se pode realizar sem ter um
cúmplice."
- "A Admiração começa onde acaba a compreensão".
- "Aos olhos da saudade, como é pequeno o mundo".
Esse é o início do meu poema escrito favorito desse livro do autor. No início fiz uma breve apologia a vida boêmia que ele submergiu em alguns anos de sua vida. Mas o texto é muito mais que isso!!
Embriagai-vos!
Deveis andar sempre embriagados. Tudo consiste nisso: eis a única questão. Para
não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos quebra as espáduas,
vergando-vos para o chão, é preciso que vos embriagueis sem descanso.
Mas, com quê? Com vinho, poesia, virtude. Como quiserdes. Mas, embriagai-vos.
Enfim, folks. Eu não coloquei um texto sobre a vida dele porque se não o texto ia ficar muito grande.
Mas recomendo que procurem conhecê-lo.
XO XO